Enamorados os meus olhos
Espraiam-se p'la tua planura
Ó Alentejo que venero
Pois vejo as searas aos molhos
Num compasso que perdura
E nem Virgílio ou Homero
Cantaram tanta beleza
E nada há que mais impele
Do que essa tua condição
Que com tanta subtileza
T' entranhas na nossa pele
E dominas o coração
És mistura de conceitos
De muralhas de conquistas
De raízes e tradição
Contam teus montes os pleitos
E tuas gentes benquistas
Advogam a paixão
São árabes as influências
Teus vestígios são romanos
Medievos os teus castelos
E é nestas confluências
Que morremos, nós humanos
Em namoros tão singelos
Em ti é a força da terra
Que marca o compasso do tempo
E à lembrança de sobreiros
A saudade nos desterra
Para esse teu ritmo lento
Para os lindos cancioneiros
E par'as lendas que povoam
As vilas e povoações
Tuas gentes mais antigas
E as casas brancas que coroam
As pequenas elevações
Entre o ouro das espigas
Ó Alentejo doirado
Por quem te conhece és amado
Poema de Graça Maciel
2 comentários:
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Nem sei o que dizer. Obrigada é pouco.
Não tem que me agradecer absolutamente nada.
Os seus poemas são excelentes.
Adorei este e foi sem dúvida o melhor poema que li esta semana, por isso tinha de o colocar!
Abraço!
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