É incrível como em Portugal se vive num autêntico paraíso!! (em tom sarcástico, claro!).
Quando o nosso Ministro das Finanças, que agora nas últimos meses, acarreta também o cargo de Ministro da Economia, e faz esta notícia, exactamente no mesmo dia em que a Alemanha e a nossa vizinha Espanha constataram que a taxa de desemprego subiu, em Agosto, entre 9% a 14%, só posso tecer este comentário: Realmente ou vivemos num paraíso e está tudo bem, ou então estes nossos governantes andam a brincar seriamente connosco, especialmente em tempo de pré-campanha eleitoral!!
Com que então Sr.Ministro está apostado em criar condições para que as empresas tenham robustez financeira, capacidade de reforçar as suas qualificações, apostar na modernização, inovação e nos mercados externos. Hummmmm.... Ora vejamos:
- Robustez financeira: realmente ouviu-se um zum zum de se baixar o IRC para o ano (acho que ainda não saiu nenhuma lei em concreto para isso), mas... falou-se também em aumentar os encargos das empresas com os trabalhadores para a Segurança Social (as quais já pagavam 23,75% do salário bruto de cada funcionário e agora vão ter que pagar mais)... rica robustez, sim senhor!! Isto já para não falar no pagamento do IVA antes da empresa receber do cliente... ou seja, uma empresa que facture 1 milhão de euros, tem que pagar logo 200.000 de IVA, quer tenha recebido ou não.... Acho que a "robustez" das contas do Estado está a levar as empresas à falência as empresas, não acha senhor ministro? E que tal, se em vez de aumentarem encargos e diminuirem prazos de pagamento de impostos, promlgassem uma lei em que obrigassem toda a gente a pagar as facturas às empresas a pronto ou, no máximo a 30 dias?? Podiam começar pelo próprio Estado Autarquias Locais para dar o exemplo. É engraçado que a maioria dos conursos públicos exija às empresas que respondem, que recebam o pagamento a 60 ou a 90 dias e depois não cumpram esse prazo (neste momento temos Câmaras Municipais a pagar a 600 e mais dias aos fornecedores). Acho que isto resolveria muita coisa...
- Capacidade de reforçar as suas qualificações: sinceramente, sr. Ministro, páre de sonhar. A Maior parte dos inscritos nos Centros de Emprego da Segurança Social são pessoas com formação superior, as quais não são contratadas por terem "qualificações a mais", ou seja, por serem mais caras. Onde está a aposta na qualificação?
- apostar na modernização, inovação e nos mercados externos: então vamos lá a ver uma coisa, o IVA tem de ser pago antes de se receber, os encargos com a Segurança Social aumentam, se se recorrer ao crédito ainda se fica mais endividado, e agora pergunto eu: como se pode investir em inovação se se tem de se pagar aquilo que não se recebe?
- Mercados Externos: é curioso o Sr. Ministro falar nisso. O seu antecessor da pasta da economia, quando foi à China, basicamente disse isto aos chineses "ide para Portugal e abram empresas. O pessoal de lá ganha pouco e paga muito mas também não reclama! É tudo boa gente!". Sim, e qualquer empresa estrangeira que abra portas em Portugal está isenta de IRC (e não sei se do IVA e outros impostos) durante 5 anos. Olhe lá os chineses!! Ao fim de 5 anos fecham a empresa e abrem outra nova em nome de outro familiar. Claro, quem paga por eles são as nossas empresas e contribuintes!! Venham todos para cá que isto é fixe!!
A treta do desafio do crescimento ser o maior desafio que temos pela frente, já a ouço desde os tempos idos em que o nosso Presidente da República era Primeiro Ministro... Pelos vistos nunca se atingiu esse objectivo, para ainda se estar a falar nele...
Fala-se em crescimento e logo a seguir elogia-se o crédito concedido às empresas. Afinal em que ficamos? Queremos crescer ou queremos endividar mais?? Há aqui um certo paradoxo, não acha senhor ministro?? Não me diga que a economia anda a reboque de dinheiro emprestado?
então o facto do numero de empresários diminuir é uma mera estatística sem importância?? Então que poderemos dizer dos numeros que o senhor ministro nos atira constantemente à cara (aumento do PIB - mas as coisas estão cada vez pior - desemprego a estabilizar - mas a taxa sempre a crescer) e ainda fala do nível de emprego. Este senhor está com as ideias completamente baralhadas, quanto a mim. Parágrafo sim, parágrafo não, diz-se e contradiz-se várias vezes sobre vários assuntos, mas claro, com um discurso polido, cheio de termos técnicos e abstractos que a maior parte da população não entende, conforme é conveniente.
Exportação??? Ah ah ah!! Não me lixem pá!! O que de melhor temos, quer se queira, quer não, é o calçado, o vestuário e o sector agrícola (vinho, cortiça, azeite, carne, etc...) e o que fizeram?? Deixaram-se literalmente "comer" pelas quotas da União europeia, em que os "grandes" ficam com a maior quota de mercado para exportar. Ou já se esqueceram do caso do leite dos Açores que tem de ser destruído pois não é escoado?? Mas andamos a importar leite da Parmalat e outras que tais!! Então no calçado e no vestuário, basta ouvir as notícias de fecho de empresas que dão todos os dias! E agora? Vamos exportar o quê? O que os outros já têem? Não me lixem pá!!
Pois... não há condições para as empresas pagarem o IVA apenas quando recebem dos clientes, mas para o Estado pagar a 600 e mais dias já há condições. Sim senhor. continuem!!
Eh pá! Fantástico! Uma empresa demora mais de 30 dias a pagar o IVA e está a levar com processos judiciais em cima, nisso são rápidos. Agora para pagar o IVA às empresas, pox!! Passaram de 196 dias para 100! Eia!!
E para além do crédito normal, ainda apostam em capitais de risco. Mais dinheiro emprestado.
Senhor Ministro, porque não se preocupa antes com o poder de compra das pessoas. Sabia que são as pessoas de uma empresa que fazem essa empresa? Sabia que quanto mais essas pessoas ganharem, mais poder de compra têem, logo mais consomem, logo mais riqueza geram... e imagine lá, que quanto mais as pessoas ganham, mais elas ficam satisfeitas e mais produzem... e ainda mais, imagine lá você, com cada vez menos recurso ao crédito!!
E se inspeccionasse as condições laborais e salários que alguns empresários dão aos seus funcionários, onde muitos têm mesmo pessoas a trabalhar de borla?? Isso sim é preocupante!! Agora se a SONAE ou a COSEC ou o raio que o parta tem mais milhão ou menos milhão de crédito, que interessa isso a quem realmente vota em si???
Pois é Sr. Ministro, cai sempre bem dizer que a crise está a acabar, que está a ver crescimento e que blá, blá, blá... em pré-campanha eleitoral. Mas olhe, a mim não fecha você os olhos!!
6 comentários:
Abramos então as hostilidades!!
É incrível como em Portugal se vive num autêntico paraíso!! (em tom sarcástico, claro!).
Quando o nosso Ministro das Finanças, que agora nas últimos meses, acarreta também o cargo de Ministro da Economia, e faz esta notícia, exactamente no mesmo dia em que a Alemanha e a nossa vizinha Espanha constataram que a taxa de desemprego subiu, em Agosto, entre 9% a 14%, só posso tecer este comentário: Realmente ou vivemos num paraíso e está tudo bem, ou então estes nossos governantes andam a brincar seriamente connosco, especialmente em tempo de pré-campanha eleitoral!!
Com que então Sr.Ministro está apostado em criar condições para que as empresas tenham robustez financeira, capacidade de reforçar as suas qualificações, apostar na modernização, inovação e nos mercados externos. Hummmmm.... Ora vejamos:
- Robustez financeira: realmente ouviu-se um zum zum de se baixar o IRC para o ano (acho que ainda não saiu nenhuma lei em concreto para isso), mas... falou-se também em aumentar os encargos das empresas com os trabalhadores para a Segurança Social (as quais já pagavam 23,75% do salário bruto de cada funcionário e agora vão ter que pagar mais)... rica robustez, sim senhor!! Isto já para não falar no pagamento do IVA antes da empresa receber do cliente... ou seja, uma empresa que facture 1 milhão de euros, tem que pagar logo 200.000 de IVA, quer tenha recebido ou não.... Acho que a "robustez" das contas do Estado está a levar as empresas à falência
as empresas, não acha senhor ministro? E que tal, se em vez de aumentarem encargos e diminuirem prazos de pagamento de impostos, promlgassem uma lei em que obrigassem toda a gente a pagar as facturas às empresas a pronto ou, no máximo a 30 dias?? Podiam começar pelo próprio Estado Autarquias Locais para dar o exemplo. É engraçado que a maioria dos conursos públicos exija às empresas que respondem, que recebam o pagamento a 60 ou a 90 dias e depois não cumpram esse prazo (neste momento temos Câmaras Municipais a pagar a 600 e mais dias aos fornecedores). Acho que isto resolveria muita coisa...
- Capacidade de reforçar as suas qualificações: sinceramente, sr. Ministro, páre de sonhar. A Maior parte dos inscritos nos Centros de Emprego da Segurança Social são pessoas com formação superior, as quais não são contratadas por terem "qualificações a mais", ou seja, por serem mais caras. Onde está a aposta na qualificação?
- apostar na modernização, inovação e nos mercados externos: então vamos lá a ver uma coisa, o IVA tem de ser pago antes de se receber, os encargos com a Segurança Social aumentam, se se recorrer ao crédito ainda se fica mais endividado, e agora pergunto eu: como se pode investir em inovação se se tem de se pagar aquilo que não se recebe?
- Mercados Externos: é curioso o Sr. Ministro falar nisso. O seu antecessor da pasta da economia, quando foi à China, basicamente disse isto aos chineses "ide para Portugal e abram empresas. O pessoal de lá ganha pouco e paga muito mas também não reclama! É tudo boa gente!". Sim, e qualquer empresa estrangeira que abra portas em Portugal está isenta de IRC (e não sei se do IVA e outros impostos) durante 5 anos. Olhe lá os chineses!! Ao fim de 5 anos fecham a empresa e abrem outra nova em nome de outro familiar. Claro, quem paga por eles são as nossas empresas e contribuintes!! Venham todos para cá que isto é fixe!!
A treta do desafio do crescimento ser o maior desafio que temos pela frente, já a ouço desde os tempos idos em que o nosso Presidente da República era Primeiro Ministro... Pelos vistos nunca se atingiu esse objectivo, para ainda se estar a falar nele...
Fala-se em crescimento e logo a seguir elogia-se o crédito concedido às empresas. Afinal em que ficamos? Queremos crescer ou queremos endividar mais?? Há aqui um certo paradoxo, não acha senhor ministro?? Não me diga que a economia anda a reboque de dinheiro emprestado?
então o facto do numero de empresários diminuir é uma mera estatística sem importância?? Então que poderemos dizer dos numeros que o senhor ministro nos atira constantemente à cara (aumento do PIB - mas as coisas estão cada vez pior - desemprego a estabilizar - mas a taxa sempre a crescer) e ainda fala do nível de emprego. Este senhor está com as ideias completamente baralhadas, quanto a mim. Parágrafo sim, parágrafo não, diz-se e contradiz-se várias vezes sobre vários assuntos, mas claro, com um discurso polido, cheio de termos técnicos e abstractos que a maior parte da população não entende, conforme é conveniente.
Exportação??? Ah ah ah!! Não me lixem pá!! O que de melhor temos, quer se queira, quer não, é o calçado, o vestuário e o sector agrícola (vinho, cortiça, azeite, carne, etc...) e o que fizeram?? Deixaram-se literalmente "comer" pelas quotas da União europeia, em que os "grandes" ficam com a maior quota de mercado para exportar. Ou já se esqueceram do caso do leite dos Açores que tem de ser destruído pois não é escoado?? Mas andamos a importar leite da Parmalat e outras que tais!! Então no calçado e no vestuário, basta ouvir as notícias de fecho de empresas que dão todos os dias! E agora? Vamos exportar o quê? O que os outros já têem? Não me lixem pá!!
Pois... não há condições para as empresas pagarem o IVA apenas quando recebem dos clientes, mas para o Estado pagar a 600 e mais dias já há condições. Sim senhor. continuem!!
Eh pá! Fantástico! Uma empresa demora mais de 30 dias a pagar o IVA e está a levar com processos judiciais em cima, nisso são rápidos. Agora para pagar o IVA às empresas, pox!! Passaram de 196 dias para 100! Eia!!
E para além do crédito normal, ainda apostam em capitais de risco. Mais dinheiro emprestado.
Senhor Ministro, porque não se preocupa antes com o poder de compra das pessoas. Sabia que são as pessoas de uma empresa que fazem essa empresa? Sabia que quanto mais essas pessoas ganharem, mais poder de compra têem, logo mais consomem, logo mais riqueza geram... e imagine lá, que quanto mais as pessoas ganham, mais elas ficam satisfeitas e mais produzem... e ainda mais, imagine lá você, com cada vez menos recurso ao crédito!!
E se inspeccionasse as condições laborais e salários que alguns empresários dão aos seus funcionários, onde muitos têm mesmo pessoas a trabalhar de borla?? Isso sim é preocupante!! Agora se a SONAE ou a COSEC ou o raio que o parta tem mais milhão ou menos milhão de crédito, que interessa isso a quem realmente vota em si???
Pois é Sr. Ministro, cai sempre bem dizer que a crise está a acabar, que está a ver crescimento e que blá, blá, blá... em pré-campanha eleitoral. Mas olhe, a mim não fecha você os olhos!!
Caríssimo José Pedro,
que poderei eu acrescentar?
Disseste tudo e muito bem.
Um grande abraço,
Bernardo
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