sábado, outubro 17, 2009


LINHAS TORTAS

O mal
e a caramunha


Antunes Ferreira
Esta semana que hoje termina foi dominada pelo caso Maitê Proença. O assunto, de tão divulgado, comentado e criticado, é do conhecimento generalizado. Mesmo assim, aqui o resumo. A «senhora», que já por várias vezes este por cá – para representar em palco e promover os livros de sua autoria, ou seja, para aumentar a sua conta bancária com a colaboração dos Portugueses – tinha feito um vídeo sobre o nosso País em que escarnecia dos Tugas, ou seja, nos insultava com a gozação, e que passara na TV Globo já em 2007, mais precisamente no programa «Saia Justa».

Mas, ainda que com um belo atraso, o episódio chegou aqui. Um chorrilho de asneiras, umas atrás das outras que culminavam com a «distinta» actriz a cuspir na água da fonte existente nos Jerónimos. Coisa pouca, por conseguinte. Sabem-no todos: existe neste País um ditado que reza que quem não se sente, não é filho de boa gente. E os Lusos sentiram que tinham sido ofendidos – e de que maneira. A velha estória de morder a mão que lhe dá de comer.



As televisões passaram o desgraçado vídeo, no qual um grupo feminino (ao que parece constituído pelos elementos do programa e pela própria Maitê Proença) gozava com as alarvidades que a «dona» fabricara. A internet, em consonância com os ecrãs, ampliou o miserável assunto, com a força que se lhe reconhece. Os cidadãos aumentaram o tom dos comentários, excedendo-se até em muitas circunstâncias.

A «ilustre» veio a terreiro, pedir «desculpa» aos Portugueses. Afinal, fora apenas uma «brincadeira». A «actriz» disse que no Brasil, brinca-se com tudo. «Brinco com minha filha do mesmo modo com que brinco com a foto oficial do Presidente da República. Não foi nada ofensivo até porque não houve intenção de ofender». Porém, sempre foi acrescentando que em Portugal (que ama com todas as veras da alma dela) há muita falta de sentido de humor.

As coisas são o que são. Correm pela blogosfera inúmeras listas de censura às estúpidas afirmações da «senhora», algumas como atrás disse, usando termos impróprios para consumo… Voam abaixo-assinados a dizer aos cidadãos que não comprem qualquer livro dela, que não assistam a nenhuma peça teatral, se ela tentar cá voltar e que, pasme-se, mudem de canal quando esteja a ser passada telenovela que ela interprete. E, até, que seja proibida de entrar no nosso País. Somos assim, ou oito ou oitenta.

Se consultarmos as fotos da «artista» no Google encontraremos algumas bem sugestivas, como aqui se documenta. De resto, a «intérprete» da telenovela Dona Beija apareceu também nua na cena do banho na cachoeira. Na altura deu escândalo no Brasil. Não foi, porém, a única vez que se despiu em público. A Playboy brasileira já publicou por várias vezes fotos dela peladinha, no melhor estilo da revista. Mas, não se trata aqui de falso pudor ou excesso de puritanismo: é, tão-só, uma constatação.

O único (ou quase) sujeito a defender a sua dama, foi o Miguel Sousa Tavares, disse-se que ex namorado - de curta duração - dela. Alinhou na alegação da «brincadeira» e reforçou a falta de humor lusitana. Foi o Carmo e a Trindade. Malharam-lhe com ganas, mais do que na expressão do ministro Augusto Santos Silva.

Tenho para mim que a onda de protestos e lamentações já exorbitou das dimensões que deveria ter. Porém, com «desculpas» hipócritas, oportunistas e mal-educadas, a «senhora» só agravou a questão e deu azo a excessos, sempre lamentáveis – e censuráveis. No seu blogue e sobre a miserável cuspidela, deu-se ao luxo de afirmar que «estava imitando a estátua da fonte ao lado, que jorra água pela boca». É retintamente o caso de fazer o mal e a caramunha. Por isso, uma última palavra. Não adianta revolver o punhal na ferida, mas sim, cura-la, mesmo que não fique nunca cicatrizada. A ferida. Porque a «dama» não tem cura possível.

(Versão com alterações à publicada no http://sorumbatico.blogspot.com)
.

2 comentários:

► JOTA ENE ◄ disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
JOTA ENE ✔ disse...

E o Miguel Sousa Tavares ainda a veio defender dizendo que somos um país complexado que não temos poder de encaixe... pudera...

A menina pôs o andar mas não lhe serviu de emenda.