LET IT BE

Zé Mando era um sujeito inteligente, burro, esperto, feio, bonito, bom, mau, generoso, mão de vaca, vaidoso, desleixado, troca-tintas, bem humorado, mal disposto, feliz, chateado, amigo, inimigo, humilde, egocêntrico, tarado e frigido.

Zé Mando tinha uma vida, boa, má, horrível, péssimo, excelente e chega vá.

Zé Mando trabalhava por conta própria, conta de outrem, não trabalhava e só se coçava.

Zé Mando brincava, ria, chorava, corria e pastava.

Zé Mando amava a vida, detestava a vida e por vezes se dava.

Zé Mando sujeito excepcional, quando calcado filho-da-puta de um animal.

Zé Mando era um fulano prático, complicado como ninguém.

Zé Mando corria parado para todos os lados, para ninguém.

Zé Mando dançava quieto ao som do silêncio do campo citadino.

Zé Mando homem simpático, antipático que por vezes não entendia ninguém.

Zé Mando era do bem, do mal.

Zé Mando vivia num vai vem.

Zé Mando era especial, completamente banal.