quinta-feira, janeiro 24, 2008

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Desliguei o rádio.
Encostei a cabeça no volante.
Como queria sair dali.
Como queria parar de pensar nos meus problemas.
As buzinas entravam-me na cabeça como espadas.
A confusão era grande.
Milhares de pessoas circulavam a pé,
Debaixo de uma chuva intensa,
Que do nada apareceu.
Em poucos minutos a temperatura do ar desceu vinte graus.
A abrupta descida reflectia-se em todos.
As pessoas corriam para casa,
Como se que uma guerra estivesse para começar.
Abri as janelas,
Necessitava de respirar.
O ar estava saturado pelos escapes dos automóveis,
Imoveis numa rua que parecia não acabar.
Liguei novamente o rádio.
Os sons que saiam eram bizarros,
Misturas, desatinos.
Bati com as mãos no volante,
De nada serviu.
Uma mulher gritou,
mas ninguém a ouviu.
Comecei a sentir bichos nas costas.
Esfregava-me no banco como um doido.
De um sufoco,
Acordei.
Era ela a acalmar-me do sonho,
Esfregando-me o tronco.

9 comentários:

Vitor disse...

ainda bem que temos alguém do nosso lado para nos acordar desses sonhos....

bom dia e abraço

Olá!! disse...

Raio de pesadelo... mas uma triste realidade essa do caus que invade as estradas e do ar que nos sufoca... e não só.
Gostei muito...
;))

António Sabão disse...

Muito bom! Continua que vais longe...

Anónimo disse...

Gostei muito deste texto.
Bjos

Paula Raposo disse...

Gostei deste sonho em espiral....

Anónimo disse...

Hum , dores nos costádos.
Será bicos de papagaio ??.
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touaqui42

Anónimo disse...

Bicos de papagaio? Não me parece!
Gostava que fossem outros...

Anónimo disse...

What excellent words

Anónimo disse...

I do not know, I do not know