quarta-feira, novembro 28, 2007

O que é de mais não presta

HÁ ALGUM TEMPO, ao andar num Lancia Aurelia de um primo meu, estranhei a falta de cintos-de-segurança e de retrovisores laterais e, no entanto, o carro circulava legalmente! O dono explicou-me, então, que os automóveis anteriores a uma determinada data estão dispensados de cumprir algumas exigências actuais, e, no caso desse, nem sequer havia lugar para fixar os cintos.
E já nem me lembraria de tal episódio, se não fosse o caso recente do fecho da "Ginjinha" do Largo de S. Domingos, em Lisboa, por não cumprir certos requisitos legais.
Mas não parece do senso-comum que certos estabelecimentos históricos (e a "Ginjinha" é do século XIX) têm de ser tratados e acarinhados como património da cidade? E não parece, também, do senso-comum que, embora tenham de satisfazer critérios mínimos de higiene, não se lhes pode exigir o mesmo que a um estabelecimento actual?
Ou será que os burocratas de serviço vão exigir que o castelo de Almourol e o Palácio da Pena cumpram as leis actuais de construção de edifícios... sob pena de encerramento?
Publicado no «GLOBAL» de hoje, com alguns pequenos cortes e o título «Excesso de zelo»

3 comentários:

GMaciel disse...

Mais uma vez a voz popular comprova ter razão. Neste como em muitos casos no país, não há fome que não dê em fartura.
:(

Olá!! disse...

Aplausos ao post...

Paula Raposo disse...

'Uns comem figos e a outros rebenta-lhes a boca'!!!