Vamos fazer de conta
que Portugal é um país.
Traçado a régua e giz,
seja a esquadro e compasso,
ou medido passo a passo,
a forma não é de monta
o que importa é o resultado
medido de lado a lado,
ou querendo, de lés a lés,
seja em centímetros ou pés.
Mas a matemática é tonta
e por mais que a gente some
o metro padrão se consome
e a paciência se esgota
numa conta que sai torta
pois medindo de ponta a ponta
não é mais do que um nicho,
uma maçã já com bicho,
na ponta da macieira
da grande árvore europeia.
Mas vejamos o que se encontra
para lá do tamanho
pois mesmo sendo tacanho
será grande a sua História
e muito curta a memória.
Começou sem grande pompa
p’la espada dum tal Henriques,
com grande soberba e sem tiques
e incontestável bravura,
um outro tanto de loucura,
e eis que a nação desponta
sob a égide da vontade,
num misto de lenda e verdade,
que fez de desordeiros
grandiosos marinheiros
que, segundo a História conta,
descobriram novos mundos
e os trouxeram, fecundos,
à vista de outras nações.
E logo outros galeões
se fizeram à montra
da cobiçada riqueza
e o que havia sido grandeza
pl’os séculos se esboroou
e pouco ou nada restou.
E crua verdade desponta
pois perdidos ouro e sedas
entretiveram-se com merdas
e a golpes de democrata esgrima,
mataram a auto-estima.
E assim é que se desmonta
o que a História dele nos diz,
maltratado e infeliz
segue o país com azia
disfarçada de democracia!
3 comentários:
BRILHANTE! :)
(que mais se pode dizer?)
Exagerado!!!
(mas tens o desconto para amigos, "prontos"!)
bjocas
Muito bom, Graça!
Acho que vou fazer uma cópia para ler sempre que me apetecer. Posso? Onrigado!
E para o Bernardo não se ficar a rir, ficas desde já aprovada com distinção à cadeira de Escrita Criativa! Dixit.
Não te faz falta nenhuma, eu sei, mas a mim dá-me gozo...
Beijinhos!
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