quinta-feira, dezembro 23, 2010

NAS ASAS DA NOITE



Nas asas da noite,
O dia vira história.
Fala-se aqui e ali de momentos,
Das partículas do dia.

Nas asas da noite,
Agasalham-se, juntam-se.
Tertúlias de aureos tempos,
Ao calor da fogueira fria.

Nas asas da noite,
Encolhem-se em cantos.
Pensa o pobre na vida,
Vida com mais encanto.

Nas asas da noite,
Movem-se os tristes.
De dia a coragem foge-lhes,
Não se sentem heróis.

Nas asas da noite,
Sofre-se nas calçadas.
Chora-se nas esquinas,
Querem-se palavras.

Nas asas da noite,
Crianças choram.
Por seus pais imploram,
Heróis da noite isso ignoram.

Bernardo Moura 19/12/2010

6 comentários:

Sofia Formozem disse...

Este teu poema, meu filho, está lindíssimo. É a arte ao serviço da pobreza, poema de intervenção!!!
Muitos parabéns.
Muitos beijos,
Mãe

GMaciel disse...

Emocionei-me, Bern. Continuas a escrever de peito aberto e, muitas vezes como agora, sangrando.

Bem-hajas por seres quem és.

beijocas grandes e um santo Natal para ti e tua família.

matraquilho disse...

Muito bonito, o teu poema.
E digo mais, nas asas da noite temos de beber uns copos e apanhar um valente borracheira. lol

Grande Abraço e continua a escrever

Bernardo Moura disse...

Grande matraquilho,
saio à noite, de dia no luz-que-fusque mas apanhar borracheira não. Tu bebes o que te der na veneta eu, como sabes, não bebo alcóol.
Quando é que vens ao norte?

Abraço

Bernardo Moura disse...

Querida mãe,
falas assim porque és minha mãe. :)
Ainda tenho de trabalhar muito para escrever um poema.

Bjs

Bernardo Moura disse...

Querida Gmaciel,
as tuas palavras deixam-me emocionado.
Como disse à minha mãe ainda tenho de trabalhar muito para escrever um poema.
Obrigado.

:)

Bjs