sexta-feira, setembro 22, 2006





O nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de "foda-se!" que ela diz.
Existe algo mais libertário do que o conceito do "foda-se!"? O "foda-se!" aumenta a minha auto-estima, torna-me uma pessoa melhor.
Reorganiza as coisas. Liberta-me.
"Não quer sair comigo?! - então, foda-se!"
"Vai querer mesmo decidir essa merda sozinho(a)?! - então, foda-se!"
O direito ao "foda-se!" deveria estar assegurado na Constituição.
Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para dotar o nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade os nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo a fazer a sua língua. Como o Latim Vulgar, será esse Português Vulgar que vingará plenamente um dia.
"Comó caralho", por exemplo. Que expressão traduz melhor a ideia de muita quantidade que "comó caralho"?
"Comó caralho" tende para o infinito, é quase uma expressão matemática.
A Via Láctea tem estrelas comó caralho!
O Sol está quente comó caralho!
O universo é antigo comó caralho!
Eu gosto do meu clube comó caralho!
O gajo é parvo comó caralho!
Entendes?
No género do "comó caralho", mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso "nem que te fodas!".
Nem o "Não, não e não!" e tão pouco o nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade "Não, nem pensar!" o substituem.
O "nem que te fodas!" é irretorquível e liquida o assunto. Liberta-te, com a consciência tranquila, para outras actividades de maior interesse na tua vida.
Aquele filho pintelho de 17 anos atormenta-te pedindo o carro para ir surfar na praia? Não percas tempo nem paciência. Solta logo um definitivo:
"Huguinho, presta atenção, filho querido, nem que te fodas!". O impertinente aprende logo a lição e vai para o Centro Comercial encontrar-se com os amigos, sem qualquer problema, e tu fechas os olhos e voltas a curtir o CD (...)
Há outros palavrões igualmente clássicos.
Pense na sonoridade de um "Puta que pariu!", ou o seu correlativo "Pu-ta-que-o-pa-riu!", falado assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba.
Diante de uma notícia irritante, qualquer "puta-que-o-pariu!", dito assim, põe-te outra vez nos eixos.
Os teus neurónios têm o devido tempo e clima para se reorganizarem e encontrarem a atitude que te permitirá dar um merecido troco ou livrares-te de maiores dores de cabeça.
E o que dizer do nosso famoso "vai levar no cu!"? E a sua maravilhosa e reforçadora derivação "vai levar no olho do cu!"?
Já imaginaste o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta:
"Chega! Vai levar no olho do cu!"?
Pronto, tu retomaste as rédeas da tua vida, a tua auto-estima.
Desabotoas a camisa e sais à rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios.
E seria tremendamente injusto não registar aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: "Fodeu-se!". E a sua derivação, mais avassaladora ainda: "Já se fodeu!".
Conheces definição mais exacta, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação?
Expressão, inclusivé, que uma vez proferida insere o seu autor num providencial contexto interior de alerta e auto-defesa. Algo assim como quando estás a sem documentos do carro, sem carta de condução e ouves uma sirene de polícia atrás de ti a mandar-te parar. O que dizes? "Já me fodi!"
Ou quando te apercebes que és de um país em que quase nada funciona, o desemprego não baixa, os impostos são altos, a saúde, a educação e a justiça são de baixa qualidade, os empresários são de pouca qualidade e procuram o lucro fácil e em pouco tempo, as reformas têm que baixar, o tempo para a desejada reforma tem que aumentar tu pensas "Já me fodi!"
Então:
Liberdade,
Igualdade,
Fraternidade
e
foda-se!!!
Mas não desespere:
Este país ainda vai ser "um país do caralho!"
Atente no que lhe digo!

(texto enviado por T.Pimenta)

4 comentários:

Anónimo disse...

A propósito deste texto, hoje apeteceu-me mandar um cliente para A GRANDA PUTA-QUE-O-PARIU.
Fez-me uma encomenda de livros escolares que ainda não foram entregues porque a editora não os tem disponiveis.Então resolveu chegar aqui à loja e dizer que já não os queria, expliquei-lhe que não se podem anular encomendas de livros escolares e até há estabelecimentos que pedem uma franquia para que situações destas não surjam. Bem o fulano começou com uma treta que os outros tinham e blá,blá,blá... E eu expliquei-lhe, novamente que não tinha qualquer interesse e muito menos logica eu estar a atrasar a entrega dos livros. Mas a "peça" continuou na sua, a determinada altura fiz um grande traço na nota de encomenda à frente dele e de outros clientes que assistiam à cena e disse-lhe:"olhe vou ficar com uns livros de 7ºano para mim que me vão fazer muito jeito nesta altura da minha vida!". O fulano lá se foi embora e não pude gritar o bendito PUTA-QUE-O-PARIU porque tinha mais clientes para atender.
Enfim, ele que vá P`RÓ CARALHO!

Anónimo disse...

Cum com caraças, então os livros não eram para ensinar os estudantes a fazer algo de novo que eles nem sabem ainda que existe, que mal educádo cliente, é contra de se ensinar os putos a meter a mão aonde ainda não deviam, ou a ensinar as miudas que o enchumaço que os putos teem é das cuecas com algodão, elas ficam malucas com os putos quando veem o tal enchumaço, é ver elas a amarinhar por eles a cima e ele aa fugir, é giro ver as crianças a fazer-se de adultos e os adultos fazer-se crianças.
Espero que tenhas ficádo com a gramática portuguesa cum caralho ela neste momento é mesmo preciso para ensinar o que seja PUTA QUE OS PARIU.touaqui

Anónimo disse...

... para quê comprimidos e a psicologos se pode-se facilmente recorrer a esse remédio milagroso anti-stress ... então grite-se bem alto...
FORÇ'AÍ!
js de http://politicatsf.blogs.sapo.pt

Anónimo disse...

Ora cá está uma nova perspectiva relativamente ao vernáculo...


LINGUAGEM EMPRESARIAL MODERNA

Um belo dia, um estagiário de LOGÍSTICA recebeu um telegrama urgente de seu
supervisor , no qual somente estava escrito:

P.O.R.R.A .!
No dia seguinte, o pobre capacho apressou-se a responder por telegrama:

F.O.D.A. - S.E.!
Retornando ao escritório central, foi imediatamente chamado pelo supervisor,
que lhe disse:

- Você não tinha o direito de me responder daquela forma! Não sabes que
estamos em contenção de despesas? O meu telegrama era simplificado e o
significado de P.O.R.R.A. é:

Por
Obséquio
Remeter o
Relatório
Atrasado.

O estagiário argumentou:

-Sei de tudo isso e foi exatamente dentro desse espírito que lhe respondi
F.O.D.A.-S.E.! que significa:

Foi
Ontem
Despachado;
Amanhã
Será
Entregue.