quarta-feira, julho 12, 2006

Triste, muito triste











Hoje é noticia que Portugal é o pais europeu onde se regista mais agressões físicas a crianças, às mulheres e na minha opinião a qualquer cidadão que tenha a infelicidade de se cruzar com estes "animais" na rua.É mais uma razão para nos sentirmos tristes em relação à nossa sociedade.Não só pelo que transmite para o exterior mas principalmente pelo que se sente ao viver neste país.A título de exemplo, uma conhecida relatou-me a seguinte situação que presenciou quando foi com uma amiga prestar queixa a uma esquadra por esta [ ] ter sofrido agressões físicas e psíquicas por parte do companheiro.Esta minha conhecida é psicóloga e já têm uma carreira bastante preenchida,se assim a posso definir. Quando entraram na esquadra foram olhadas de lado,esperaram bastante para serem atendidas e não estava mais ninguém para ser atendido. Finalmente um dos agentes aproximou-se, com ar de chateado,provavelmente porque tinha de fazer a sua função e não estava para lá virado, e perguntou: - Então, que as traz por cá?. Começaram por descrever o que havia sucedido e entretanto aproximaram-se mais agentes que ficaram a ouvir o relato. A determinada altura os agentes riram-se, [é riram-se] e mandaram bocas do género: "...humm, vê-se quem manda lá em casa..."(?). A minha conhecida manteve a postura e continuaram a formalizar a queixa. Entretanto a minha conhecida pediu para entrarem em contacto com a APAV. O agente mostrou-lhe o "poster" colado na parede da esquadra e qual não é o espanto da minha conhecida que quando leu o texto e reparou no facto de que as consultas têm de ter marcação prévia.Ou seja, quando as pessoas necessitarem de se deslocar à APAV devem telefonar com uns dias de antecedência e dizer que a tal dia vão ser espancadas e que gostariam de ter apoio.A minha conhecida disse-me e muito bem que depois de ela ter estado envolvida indirectamente numa situação destas que finalmente percebe porque é que tão pouca gente procura apoio tanto na
polícia como em instituições de apoio à vitima.
É triste, muito triste.


5 comentários:

Anónimo disse...

A conclusão que se tira desta real história é que as autoridades policiais surgem muitas vezes como pessoas ignorantes e sem formação para o cargo que desempenham.
Muito ainda temos que caminhar para que não haja razões para este tipo de queixa e quando por alguma razão surja a necessidade de as fazer haja pessoas com formação para resolver estes problemas.

Anónimo disse...

...a divulgação deste post pode vir a ser motivo de analise...e ainda alguém vai chegar à conclusão que não estamos em guerra com nenhum outro país ...ou com algum grupo independentista ...porque destruuimos a nossa vontade de guerrear ...em casa...(viva a violencia doméstica! como modo de acabar com os conflitos internacionais!)
FORÇ'AÍ!
js de http://politicatsf.blogs.sapo.pt

Anónimo disse...

É um bom ponto de vista! :)

Anónimo disse...

Caro colega

A situação também se passou com uma amiga minha. Vítimas de violência doméstica (mãe e filhos) quando se dirigem à polícia recebem a resposta de que não poderiam aceitar a queixa porque o marido da agredida é uma pessoa muito bem vista na cidade, com possibilidades financeiras, bons carros, etc...
A minha amiga dirigiu-se posteriormente à CPCJ ( Comissão de Protecção de Crianças e Jovens), onde lhe informaram que este não era caso único e como tal teria de aguardar. Seis meses depois recebeu uma carta da dita Comissão a questionar se o marido ainda a agredia. Já la vai um ano. O marido continua a bater-lhe, impedindo-a de usar roupas mais curtas, por exemplo, uma t-shirt, para que não se vejam as marcas de agressão.

Anónimo disse...

Falando na primeira pessoa, venho esclarecer que a situação que nos criam é tão traumatizante que é dificil falar, explicar e acima de tudo ainda nos fazem sentir culpadas!
Quando contamos a pessoas que nos parecessem de confiança, estas por sua vez também desconfiam, tornando-se desta forma um ciclo vicioso onde a reserva e a desconfiança torna-se a forma de estar na sociedade.